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"EMBORA NINGUÉM POSSA VOLTAR ATRÁS E FAZER UM NOVO COMEÇO, QUALQUER UM PODE COMEÇAR AGORA E FAZER UM NOVO FIM.” Chico Xavier.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

JOGO: BATALHA NAVAL





Conteúdos explorados: Plano Cartesiano
Objetivos: Trabalhar o conceito de par ordenado através de uma atividade lúdica: o
jogo “Batalha Naval”, disputado entre dois ou mais jogadores.
Material: Folhas de atividades, lápis e borracha.
Atividade: Na sala de aula os alunos deverão sentar uns em frente aos outros a uma distância de aproximadamente 1,5m para que um não possa ver o jogo do adversário e ainda assim poderem se comunicar.
Regras do Jogo:
1- Desenhar os três tipos de barcos na quantidade e na posição indicada na folha de atividade, no tabuleiro. Nenhum barco pode ficar encostado a outro.
2- Determina-se quem deve começar com os tiros.
3- Quando um grupo der o tiro deve registrar seu tiro na tabela designada “chute” de forma ordenada: o primeiro número corresponde ao eixo x e o segundo ao eixo y. (par ordenado).
4- O grupo que estiver recebendo o tiro deve marcar a posição do tiro tomando com um X em seu tabuleiro e responde ao seu adversário se o tiro foi “água” caso não tenha acertado nenhum barco ou parte desse ou “fogo” caso tenha acertado. Se esse tiro for o último a acertar totalmente um barco ( ou o primeiro sobre o submarino) o grupo que recebeu o tiro deve responder “afundou”.
5- Aquele que estava marcando seu chute na tabela deve marcar logo em frente desta, na mesma linha, a letra “A” se acertou na água; a letra “F” se acertou em uma parte do barco ou “OK” se afundou um barco.
6- Depois é a vez de o opositor dar seu tiro e se repete as mesmas regras.
7- Para cada barco afundado valem as pontuações registradas na folha de atividades.
8- O jogo termina quando um dos grupos afundar toda a frota adversária.
9- Ganha o grupo que afundou a frota adversária.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Marcas de batom no espelho do banheiro!

Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada: meninas de 12, 13, 14...anos que usavam batom, todos os dias beijavam o espelho para remover o excesso de batom. O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom...
Um dia o diretor juntou o bando de meninas no banheiro e explicou
pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas
marcas que elas faziam. Fez uma palestra de uma hora. No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram...
No outro dia, o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro, e
pediu ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho. O zelador
imediatamente pegou um pano, MOLHOU NO VASO SANITÁRIO e passou no espelho.

Nunca mais apareceram marcas no espelho!

Moral da história:
Comunicar é sempre um desafio!

Um tiro no preconceito - Claudia Werneck

"Tia, meu amigo nasceu com seis dedos. Minha prima toma injeção todo dia, ela tem diabetes. A vovó faz xixi pela barriga. Aquele menino perdeu muita prova porque tem falta de ar. Sente esse caroço na minha cabeça que a mamãe esconde com o cabelo..."

Adulto tem pavor de assuntos relacionados à deficiência. Acha até que dá azar. Criança não, quer saber sobre o que não entende: diferenças individuais. Encontra as respostas de que necessita? Difícil. Pais e professores costumam achar natural não terem informações corretas sobre doenças crônicas, distúrbios neuro-psico-motores, síndromes genéticas e situações que levam a incapacidades.

Desde 1992 me especializo em levar informações relacionadas à deficiência para adultos e crianças. Percebi que informação correta para o adulto apenas civiliza seu preconceito. Mas o sentimento continua lá, esperando para dar o bote. Para minimizar o preconceito será preciso impedir que ele se instale. Daí a importância da literatura infantil, arma poderosa e pouco utilizada no combate a qualquer discriminação.

Passei por uma experiência decisiva. Em 1994, escrevi a coleção Meu Amigo Down. Ao divulgá-la nas escolas eu era torpedeada pelos alunos com perguntas sobre anormalidades. Tornei-me a deixa para que abordassem assuntos que os afligiam e os deixavam curiosos. Fiquei aflita com a aflição deles. Certa de que criança tem direito de ter informação de qualquer natureza numa linguagem acessível, escrevi o livro Um amigo diferente? (Editora WVA).

O livro conta a história de um amigo que afirma ser diferente. Muito ou pouco? De que jeito? A cada página, o amigo imaginário dá pistas novas, atiçando a imaginação da criançada. E o leitor vai se deparando com temas pouco abordados como hemofilia, artrite, diabetes, doença renal, deficiências físicas, sensorial e mental, entre outros. Mas que ninguém se espante. O livro é alegre, colorido e divertido.

Desejo oficializar nas salas de aula e nos lares brasileiros a discussão sobre as diferenças individuais. Torço para familiares e educadores se interessarem por esses temas. Ou persistiremos no erro de construir cidadãos pela metade?

O preconceito contra os diferentes nasce na infância. No jantar, o filho pergunta: "pai o que é ostomia?" O adulto responde: "não pensa nisso, é muito triste, come senão a comida vai esfriar". Sem resposta, e vendo sua dúvida desvalorizada, a criança se cala. O que deveria ser esclarecido vira mistério, tabu.

Eu sei, nada é tão simples. Mas por não termos sido educados para entender a diversidade como situação natural, hoje relutamos em obedecer leis e seguir regras sociais que dêem às pessoas com deficiência um direito assegurado na Constituição Federal: a cidadania.

Por isso, defendo a sociedade inclusiva. Nela, não haverá espaço para aceitar crianças e adolescentes com deficiências e depois bater no peito ou dormir com a sensação de termos sido bonzinhos. Na sociedade inclusiva ninguém é bonzinho. Cada cidadão é consciente de sua responsabilidade na construção de um mundo que dê oportunidade para todos. Jovens crescerão convictos de que se relacionar com pessoas deficientes não é favor, mas troca.

Nesse ideal de inclusão, difundido internacionalmente nos últimos anos, felizes das escolas que se propuserem a ser transformadoras, empenhando-se em formar cidadãos mais éticos, capazes de respeitar aqueles que são - ou estão - diferentes. Acredito na força de um lar no qual os adultos, questionados sobre temas que lhes incomodem, abram seus corações e seus dicionários com o mesmo orgulho que orientam os filhos sobre política ou economia.

Portadores de diferenças querem ser levados à sério. Assumirão sua condição com cada vez mais dignidade. Se nós, portadores de diferenças menores, permitirmos... Como diz o personagem do livro Um amigo diferente?: "Você está preocupado comigo? Obrigado. Mas eu vou em frente. Essa é a minha vida".



Claudia Werneck é jornalista e escritora, responsável pelo projeto.
(Jornal do Brasil, Sábado, 14/09/96).